Diferenças do Brasil para outros - Trem

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012




Nos países desenvolvidos, seja de grande seja de pequena extensão territorial, o transporte de mercadorias é feito de maneira predominante por meio de ferrovias e hidrovias. Esses tipos de transporte proporcionam uma maior capacidade de carga e são muito mais econômicos.
No Brasil e em outros países subdesenvolvidos, onde a influência da indústria automobilística (norte-americana, em especial) tem sido preponderante, verifica-se o predomínio do transporte rodoviário. Esse tipo de transporte, como sabemos, oferece pequena capacidade de carga, maior consumo proporcional de combustível e dependência de petróleo, sendo, portanto, bem mais caro que o ferroviário e o hidroviário.


TRANSPORTE FERROVIÁRIO


O trem foi o principal meio de transporte do século XIX, tendo sofrido grande expansão mundial entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, principalmente na Europa e na América do Norte, áreas que concentram cerca de 70% do total mundial. Grande número de ferrovias foi construído na Europa, ligando as áreas portuárias ao interior, bem como as capitais às diversas regiões, promovendo a integração nacional, estimulando o comércio e facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.
Em países de grande extensão territorial, como os EUA e o Canadá, foram construídas grandes ferrovias (transcontinentais), algumas delas cruzando o território de leste a oeste, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Na União Soviética foi construída a Transiberiana (a maior ferrovia do mundo), ligando Moscou a Vladivostok, no litoral do Pacffico. Essas ferrovias foram de grande importância na ocupação territorial de áreas distantes, na dinamização econômica e comercial, no maior controle governamental e na própria unidade e integração nacional.
Entre 1940 e 1960, verificou-se certa estagnação e até mesmo declínio das ferrovias, chegando muitas delas a ser desativadas. A causa dessa estagnação foi a expansão das estradas de rodagem em conseqüência do uso de novas fontes energéticas (petróleo, por exemplo).
Entretanto, a partir da década de 70, deu-se uma reativação do transporte sobre trilhos, em razão das novas conjunturas decorrentes de fatores como a crise do petróleo, o desenvolvimento tecnológico no setor de transportes (trens modernos e velozes, metrô, turbotrem, hovertrem), a expansão populacional e urbana exigindo transportes de massa etc. Na verdade, com o aparecimento de trens ultravelozes, que já atingem velocidade de 200km/h a 300kmIh (turbotrem) e até 400km/h (hovertrem), o transporte ferroviário começa a concorrer com o aéreo.
De qualquer modo, o transporte ferroviário mundial apresentou grande expansão nos últimos 150 anos, passando de 8.000 km em 1840 para 1.245.000 km em 1988.
No caso do Brasil temos: 1854: 14,5 km; 1920: 28.000 km; 1989: 30.350 km.
Embora simplificados, esses números relativos ao Brasil mostram que, até a década de 20, as ferrovias apresentaram grande expansão no pais, ao passo que após essa década verificou-se uma verdadeira estagnação do sistema ferroviário. Os atuais 30.350 km de ferrovias, se comparados com a extensão territorial do país (8.511.965 km2), resultam numa densidade ferroviária extremamente baixa (0,3 km de trilhos para cada 100 km2 de área), inferior à de países como Argentina (1,0), Índia (1,5), Bélgica (17,0) e EUA (3,5).
Eis algumas características e vantagens do transporte ferroviário:
  • grande capacidade no transporte de cargas e passageiros;
  • é mais econômico que o rodoviário;
  • possui diversas opções energéticas (vapor, diesel, eletricidade);
  • material rodante é de longa duração;
  • os trens modernos podem atingir grandes velocidades;
  • estimula o desenvolvimento das indústrias de base.
De modo geral, o transporte ferroviário é o mais utilizado no deslocamento de cargas nos países desenvolvidos.
Os EUA dispõem da maior rede ferroviária do mundo (296 mil 1cm). Pode-se atravessar o país de leste a oeste (Washington - São Francisco, por exemplo) ou de norte a sul (Chicago — Nova Orleans) por meio de trens.

As dez maiores ferrovias do mundo por países (1988/1989)

País
Área (milhares de km2)
Extensão férrea(milhares de km)
Densidade ferroviária (m/km2)
EUA
9.363
296
31,6
URSS
22.402
146
6,5
Canadá
9.976
120
12,0
Índia
3.287
62
18,8
China
9.596
48
5,0
Austrália
7.682
39
5,0
Argentina
2.767
34
12,3
França
547
35
64,0
Brasil
8.512
29
3,5
RFA
249
27
108,4
Total dos dez
74.379
836.000
11,2 (média)
Total mundial
150.000*
1.245.000
8,3 (média)
TRANSPORTE RODOVIÁRIO


A utilização do automóvel como meio de transporte data do início do século XX (modelo Peugeot de 1901). Sua produção em maior escala iniciou-se em 1902, na Alemanha, e em 1903, nos EUA. Com a Primeira Guerra Mundial, tanto a produção quanto a diversificação dos tipos de veículo (carros de passeio, caminhões, ônibus, tratores etc.) sofreram enorme aumento. No início, o transporte rodoviário funcionou basicamente como complemento do transporte ferroviário. Entretanto, com o decorrer do tempo, tornou-se concorrente das ferrovias, acarretando inclusive a desativação de inúmeras delas, por se tornarem deficitárias.
As causas principais que explicam a maior preferência do transporte rodoviário em relação ao ferroviário no caso de médias e pequenas distâncias em alguns países são:
  • caminhão possui maior flexibilidade e facilidade de acesso aos diversos lugares;
  • caminhão pode entregar a mercadoria porta a porta;
  • as operações de despacho (papéis), de carga e descarga das mercadorias são mais simplificadas em relação à ferrovia;
  • maior rapidez na entrega das mercadorias.
Do inicio do século XX até os dias atuais, a expansão do transporte rodoviário foi espetacular. No Brasil, que até a Segunda Guerra Mundial só possuía uma rodovia pavimentada (a Rio-São Paulo) e menos de 300 mil km de estradas, os números atuais mostram o quanto esse meio de transporte se expandiu entre nós.

As maiores redes rodoviárias do mundo (1988/1989)

País
Extensão (1.000 km)
EUA
6.247
Índia
1.770
URSS
1.584
Brasil
1.502
Japão
1.127
China
940
Canadá
884
Austrália
853
França
807
Canadá
300

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