Nos países desenvolvidos, seja de grande seja de pequena extensão territorial, o transporte de mercadorias é feito de maneira predominante por meio de ferrovias e hidrovias. Esses tipos de transporte proporcionam uma maior capacidade de carga e são muito mais econômicos.
No Brasil e em outros países subdesenvolvidos, onde a influência da indústria automobilística (norte-americana, em especial) tem sido preponderante, verifica-se o predomínio do transporte rodoviário. Esse tipo de transporte, como sabemos, oferece pequena capacidade de carga, maior consumo proporcional de combustível e dependência de petróleo, sendo, portanto, bem mais caro que o ferroviário e o hidroviário.
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
O trem foi o principal meio de transporte do século XIX, tendo sofrido grande expansão mundial entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, principalmente na Europa e na América do Norte, áreas que concentram cerca de 70% do total mundial. Grande número de ferrovias foi construído na Europa, ligando as áreas portuárias ao interior, bem como as capitais às diversas regiões, promovendo a integração nacional, estimulando o comércio e facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.
Em países de grande extensão territorial, como os EUA e o Canadá, foram construídas grandes ferrovias (transcontinentais), algumas delas cruzando o território de leste a oeste, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Na União Soviética foi construída a Transiberiana (a maior ferrovia do mundo), ligando Moscou a Vladivostok, no litoral do Pacffico. Essas ferrovias foram de grande importância na ocupação territorial de áreas distantes, na dinamização econômica e comercial, no maior controle governamental e na própria unidade e integração nacional.
Entre 1940 e 1960, verificou-se certa estagnação e até mesmo declínio das ferrovias, chegando muitas delas a ser desativadas. A causa dessa estagnação foi a expansão das estradas de rodagem em conseqüência do uso de novas fontes energéticas (petróleo, por exemplo).
Entretanto, a partir da década de 70, deu-se uma reativação do transporte sobre trilhos, em razão das novas conjunturas decorrentes de fatores como a crise do petróleo, o desenvolvimento tecnológico no setor de transportes (trens modernos e velozes, metrô, turbotrem, hovertrem), a expansão populacional e urbana exigindo transportes de massa etc. Na verdade, com o aparecimento de trens ultravelozes, que já atingem velocidade de 200km/h a 300kmIh (turbotrem) e até 400km/h (hovertrem), o transporte ferroviário começa a concorrer com o aéreo.
De qualquer modo, o transporte ferroviário mundial apresentou grande expansão nos últimos 150 anos, passando de 8.000 km em 1840 para 1.245.000 km em 1988.
No caso do Brasil temos: 1854: 14,5 km; 1920: 28.000 km; 1989: 30.350 km.
Embora simplificados, esses números relativos ao Brasil mostram que, até a década de 20, as ferrovias apresentaram grande expansão no pais, ao passo que após essa década verificou-se uma verdadeira estagnação do sistema ferroviário. Os atuais 30.350 km de ferrovias, se comparados com a extensão territorial do país (8.511.965 km2), resultam numa densidade ferroviária extremamente baixa (0,3 km de trilhos para cada 100 km2 de área), inferior à de países como Argentina (1,0), Índia (1,5), Bélgica (17,0) e EUA (3,5).
Eis algumas características e vantagens do transporte ferroviário:
- grande capacidade no transporte
de cargas e passageiros;
- é mais econômico que o
rodoviário;
- possui diversas opções
energéticas (vapor, diesel, eletricidade);
- material rodante é de longa
duração;
- os trens modernos podem atingir
grandes velocidades;
- estimula o desenvolvimento das
indústrias de base.
De modo geral,
o transporte ferroviário é o mais utilizado no deslocamento de cargas nos
países desenvolvidos.
Os EUA dispõem
da maior rede ferroviária do mundo (296 mil 1cm). Pode-se atravessar o país de
leste a oeste (Washington - São Francisco, por exemplo) ou de norte a sul
(Chicago — Nova Orleans) por meio de trens.
As dez maiores ferrovias do mundo por países
(1988/1989)
País
|
Área (milhares de km2)
|
Extensão férrea(milhares de km)
|
Densidade ferroviária (m/km2)
|
EUA
|
9.363
|
296
|
31,6
|
URSS
|
22.402
|
146
|
6,5
|
Canadá
|
9.976
|
120
|
12,0
|
Índia
|
3.287
|
62
|
18,8
|
China
|
9.596
|
48
|
5,0
|
Austrália
|
7.682
|
39
|
5,0
|
Argentina
|
2.767
|
34
|
12,3
|
França
|
547
|
35
|
64,0
|
Brasil
|
8.512
|
29
|
3,5
|
RFA
|
249
|
27
|
108,4
|
Total
dos dez
|
74.379
|
836.000
|
11,2 (média)
|
Total
mundial
|
150.000*
|
1.245.000
|
8,3 (média)
|
TRANSPORTE
RODOVIÁRIO
A utilização do
automóvel como meio de transporte data do início do século XX (modelo Peugeot
de 1901). Sua produção em maior escala iniciou-se em 1902, na Alemanha, e em
1903, nos EUA. Com a Primeira Guerra Mundial, tanto a produção quanto a
diversificação dos tipos de veículo (carros de passeio, caminhões, ônibus,
tratores etc.) sofreram enorme aumento. No início, o transporte rodoviário
funcionou basicamente como complemento do transporte ferroviário. Entretanto,
com o decorrer do tempo, tornou-se concorrente das ferrovias, acarretando
inclusive a desativação de inúmeras delas, por se tornarem deficitárias.
As causas
principais que explicam a maior preferência do transporte rodoviário em relação
ao ferroviário no caso de médias e pequenas distâncias em alguns países são:
- caminhão possui maior
flexibilidade e facilidade de acesso aos diversos lugares;
- caminhão pode entregar a
mercadoria porta a porta;
- as operações de despacho
(papéis), de carga e descarga das mercadorias são mais simplificadas em
relação à ferrovia;
- maior rapidez na entrega das
mercadorias.
As maiores redes rodoviárias do mundo (1988/1989)
País
|
Extensão (1.000 km)
|
EUA
|
6.247
|
Índia
|
1.770
|
URSS
|
1.584
|
Brasil
|
1.502
|
Japão
|
1.127
|
China
|
940
|
Canadá
|
884
|
Austrália
|
853
|
França
|
807
|
Canadá
|
300
|
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